terça-feira, 11 de junho de 2013

Exposição dos 450 anos da Lírica de Camões revela duas versões da mesma ode


A exposição comemorativa dos 450 anos da lírica de Luís de Camões, em Lisboa, apresenta pela primeira vez duas impressões da mesma ode, datadas de 1563, com “ligeiras alterações”, disse à Lusa o historiador João Alves Dias.

“A grande revelação desta exposição é que mostra duas impressões feitas em Goa, do mesmo ano e do mesmo impressor, de ‘Coloquios dos simples’, de Garcia de Orta, em que há duas versões diferentes da ode de Camões”, disse à Lusa Alves Dias, que fez a investigação e organizou a exposição que estará patente a partir de segunda-feira, na sala de referência da Biblioteca Nacional, em Lisboa.

“Identifiquei duas edições ou impressões dos Colóquios de Garcia de Orta, a A e B, feitas no mesmo tipo de material que não existe em Lisboa e só em Goa, ambas do mesmo ano e do mesmo tipógrafo, o alemão Johann de Enden, que havia pouco tempo instalara o seu prelo na Índia portuguesa”, explicou o historiador.

Entre as duas edições, Alves Dias assinalou algumas diferenças, nomeadamente erros que, numa edição, existem e na outra foram corrigidos, levando-o a considerar como “2.ª edição ou edição B”, aquela em que não são notados os erros.

A ode, pedindo a protecção para um livro de um amigo, é o primeiro poema de Luís de Camões que foi publicado, e “integra o conjunto de paratextos dos ‘Coloquios dos simples, e drogas he cousas medicinais da India’, de Garcia de Orta”.

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