quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A BIBLIOTECA VAI AO LAR

É um projecto de leitura para idosos que decorre nos centros de idosos da cidade. Uma vez por mês, uma técnica vai a um lar realizar uma sessão de leitura e conversar com os idosos.
A mais recente decorreu na Casa de Repouso, no passado dia 2 de Fevereiro, pelas 16,30 horas, com a participação de 9 utentes. Entre as várias actividades desenvolvidas destacamos a declamação, pela Dª Dulce, do poema "O lamento de um escravo" de Castro Alves e o "Trocadilho Poético", elaborado pelo Serviço Educativo e que tem como objectivo a construção colectiva de um poema usando versos aleatórios de poetas como Sofia de Melo Breyner Andresen, José Craveirinha e Luís de Camões.

O lamento de um escravo
Castro Alves

Eu sou como a garça triste
Que mora à beira do rio,
As orvalhadas da noite
Me fazem tremer de frio.

Me fazem tremer de frio
Como os juncos da lagoa,
Feliz da araponga errante
Que é livre, que livre voa.

Que é livre, que livre voa
Para as bandas do seu ninho,
E nas braúnas à tarde
Canta longe do caminho.

Canta longe do caminho
Por onde o vaqueiro trilha,
Se quer descansar as asas
Tem a palmeira, a baunilha.

Tem a palmeira, a baunilha,
Tem o brejo, a lavadeira,
Tem as campinas, as flores,
Tem a relva, a trepadeira.

Tem a relva, a trepadeira,
Todos têm os seus amores,
Eu não tenho mãe, nem filhos,
Nem tenho um lar com flores.


Trocadilho Poético

À hora da sesta
Chateado levanto-me. Pressuroso.
Numa noite cega surda presa
Toma-me, ó noite em teus jardins suspensos
No reverso dos anos já não sei
Por isso, finalmente.
Eu fui sempre infeliz, alma atrevida
Será crime, Senhor, a minha audácia
Vagueio o Palácio inteiro
Chego ao fim dos salões
Mas, antes, valeroso Capitão
Fará que todo o Naíre enfim se mova.

D. Luisete, D. Manuela, D. Dulce, Sr. Freitas e D. Filomena


O Sr. Bernardo quis também participar citando a seguinte adivinha: Qual é a terra mais rica de Portugal?

Resposta: O Porto, porque tem um Rio Douro.

Foi uma tarde divertida, na medida em que todos puderam expressar os seus gostos, preferências e, essencialmente, demonstar o gosto pela poesia portuguesa.


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